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Fabrício Ferreira

domingo, 11 de outubro de 2009

OS PÓS-MODERNOS

Por: Fabrício Ferreira

O raciocínio dos pós-modernos está ligado de forma inseparável do ecletismo filosófico. Isso

está evidente na entropia do “tudo vale” todos os discursos são válidos, esse raciocínio acaba tornando iguais discursos realmente válidos e discursos fantasiosos. Na mente dos pós-modernos fantasia e realidade são iguais, ou apenas um ponto de vista. Não há ruptura e a criatividade é colocada de lado, “tudo já foi dito ou está errado” a moda agora é ser retró.

Os pós-modernos sabem que a ciência não tem as respostas finais, mas por outro lado as religiões convencionais já faliram, apesar de muitos ainda fazerem parte delas (as religiões formais se tornaram ritos sociais). A solução é criar sua própria religião, abandoar conscientemente a racionalidade e ser o místico da religião de um homem só.

Para os pós-modernos a ausência de resposta, seja na ciência ou seja na religião, o transporta para um estado de depressão só superado por essas mitologias individuais. A

ausência de uma resposta plena, não são para eles um sinal de que não existe tais respostas, e sim que que em um estado de introspecção ele encontrará a tal resposta. (O que será melhor, uma mentira contada por um pastor ou uma contada por você mesmo?)

Já vimos esse fenômeno pelo menos uma vez no decorrer da história, como no movimento do romantismo. Mas Gellner aponta uma diferença: "Mas os românticos escreveram poesia. Os pós-modernos também se entregam ao subjectivismo, mas o seu repúdio por disciplina formal, a sua expressão de profunda turbulência interna, é expressa em prosa académica, destinada à publicação em distintos jornais, um meio de assegurar a promoção ao impressionar os comités apropriados. "Sturm und Drang und Cargo" pode muito bem ser o seu slogan.". Gellner em "Pós-modernismo, razão e religião", de 1992.

6 comentários:

  1. esse e o fruto de um debate entre pessoas que pensam. enfim, muito bacana o texto.
    ps: seria eu um pos moderno?!

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  2. seria eu um pós-moderno[2]

    (risos)

    O fato é que realmente a idéia de sincretismo perpassa pela cabeça do pós-moderno que ainda não consegue aturar ou reconhecer o ateísmo e sua racionalidade brutal. Discordo quando diz que este homem pós-moderno abidica, no sentido pleno da palavra ( acaba ), com a racionalidade para interpolação do sincretismo religioso de um homem só. Acredito que não há uma abdicação, e sim, uma limitação no ato de reconhecimento pleno do científico pelo que é ou não estabelecido pelos sistemas internacionais da acadêmia científica. É uma longa história, mas enfim, há uma crise de identidade neste homem de modernidade extendida ( não sei se caberia realmente denominá-lo de pós-moderno). Muito bom o texto e os questionamentos, apenas alguns equívocos na ortografia que deveriam ser re-avaliados, como: "ciencia" --> ciência; "ausencia" --> ausência; e por ai vai.....vlw Fabrício!

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  3. ratificando meu primeiro comentario, em uma segunda leitura e mais apurada mentalmente eu discordo de muito do texto. uma delas e a classificaçao de pós moderno, ou qualquer outra denominaçao. um outro ponto e que sendo assim voce coloca todos aqueles que pensao de forma parecida, como iguais. Uma visao nada especifica. Na verdade eu a considerie como sendo um tanto rude.

    Hermes Canhas

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  4. Bem, o pós-modernismo é uma daquelas palavras em que o significado varia bastante de acordo com sua corrente de pensamento, mas essa definição de Lyotard me parece correta, e também se alinha com a sua, exposta acima:

    "Segundo um dos pioneiros no emprego do termo, o francês Jean-François Lyotard, a "condição pós-moderna" caracteriza-se pelo fim das metanarrativas. Os grandes esquemas explicativos teriam caído em descrédito e não haveria mais "garantias", posto que mesmo a "ciência" já não poderia ser considerada como a fonte da verdade."

    Porém, é característica do ser humano buscar a verdade. A ciência no entanto nunca pretendeu ser a fonte de TODA a verdade. Ela pretende explicar o Mecanismo da natureza, e não o Sentido da natureza, ou nós mesmos, existirmos.

    Posso falar por mim: para mim religião (religare ou religação a Deus ou ao Cosmos) não é o mesmo que igreja (ekklseia ou "comunidade dos escolhidos por Deus"). Do mesmo modo, não creio que o conhecimento que advém de uma revelação (se é que isso existe) deva ser analisado como verdade. Todo conhecimento deve ser analisado internamente, somente o ser em si pode criar, para si mesmo, as bases de sua crença. A religação está dentro de cada um e não no discurso do pastor.

    Nesse sentido concordo que cada um tenha sua mitologia pessoal, mas não concordo, de forma alguma, que isso signifique que cada um possa decidir, por si só, o que é real e o que não é - ou seja, sem o menor compromisso com a realidade, ou pelo menos com certo grau de ceticismo e de conhecimento da ciência.

    Acredito que a crença (no sentido de religação mencionado acima) e a compreensão (no sentido de entendimento dos mecanismos naturais) andam juntas, e uma pode perfeitamente complementar a outra. É o desejo de religação, o espanto em relação ao Cosmos, que motiva e motivou todo cientista a dedicar sua vida a análise meticulosa da natureza... Isso não quer dizer que precisem crer em um deus pessoal, tampouco que precisem reconhecer o sentimento religioso dentro de si próprios.

    Mas, fato é, que todo homem necessita - cedo ou tarde - de se indagar sobre as questões principais - de onde viemos, quem somos, para onde vamos? - e o simples ato de se indagar é, pelo menos para mim, um ato religioso... Que absolutamente NADA tem a ver com ir a missa e repetir orações imaginando que possam fazer com que um ser metafísico interfira na realidade a nosso favor, mas não obstante, ainda assim um ato religioso.

    Abs!
    raph

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